Alaska Summit [Português]

Diário do Alaska – SEMANA 2 || Into The Shift | Através de diários imersivos, reflexões sinceras e bastidores reveladores, você verá como o desafio, a natureza, o movimento e a mentalidade se convergem para despertar crescimento pessoal, clareza e conexão.

THE SHIFT

Diário da Expedição Denali

A JORNADA AO CUME

A rota ao cume Mckinley

➡️ Está difícil aqui em cima. Que dia é hoje? 
Por Bernardo & Renata

Desde nossa última atualização, há cinco dias, tenho acompanhado Bernardo pelo rastreador de GPS e pelos relatos regulares da sua esposa, Roberta. A escalada se intensificou — ele está agora totalmente em modo de ataque ao cume.

Aqui está um relato super real e pessoal da jornada a partir do Acampamento 4, contado por meio de sua última entrada no diário:

“Estamos presos no Acampamento 4. O vento é implacável. O frio, castigante. Metade da equipe já desistiu. Ontem, um dos nossos companheiros chegou ao C4 vomitando. Está difícil aqui em cima — muito difícil.

Não estamos dormindo bem. As condições nem nos permitem sair da barraca. Temos feito várias viagens entre os acampamentos só para carregar todo o equipamento. Em um momento, um companheiro adoeceu e eu tive que carregar o equipamento dele e o meu. Fisicamente, estou quebrado. Mas mentalmente — ainda estou firme. É isso que me mantém em pé.

Daqui, nosso foco é o cume. Esse é o objetivo. Mas o clima precisa colaborar. Precisamos de uma janela. E precisamos descansar.

Para você ter uma ideia da escala: ontem caminhamos 8 horas para cobrir apenas 5 quilômetros. Estamos agora a 4.300 metros de altitude. Quando o dia acaba, o trabalho continua. Temos que montar a barraca, derreter neve, cozinhar. Tenho que admitir — estou exausto.

Ainda assim, onde estamos… é de tirar o fôlego. É selvagem. É belo.

Esta manhã, acordei às 5h30. Preparamos tudo e saímos às 9h. A escalada foi brutal — íngreme, exposta e exigente. E, quando achamos que o pior havia passado, veio mais uma subida.

Desta vez, por uma crista afiada. Paramos só às 17h. Agora são 21h e ainda não terminamos — precisamos construir um muro de neve ao redor da barraca para nos proteger do vento. Estamos em quatro apertados dentro da barraca.

Toda nossa atenção está agora voltada para o cume. Mas as condições são impiedosas. Mesmo quando o sol aparece, o vento torna quase impossível avançar. Então esperamos.

Para piorar, o outro grupo que escalava conosco teve que desistir. O guia deles adoeceu. Meu crampon quebrou — mas consegui improvisar um conserto temporário. Não é o ideal, mas vai ter que servir. Íamos tentar o cume esta manhã, mas o vento tornou impossível. Então aqui estamos, retidos no Acampamento 4.

O que vem a seguir?
O cume. É tudo o que importa agora.”

Nos próximos dias, compartilharemos mais atualizações à medida que Bernardo avança rumo ao cume e inicia sua jornada de volta para casa.

Vamos continuar acompanhando cada passo — rumo ao topo e de volta.
Fique ligado. 

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